Educação Financeira para empresas: como fazer

Quem está no mercado, com uma empresa atuante, sabe que não há muita margem para erros. Nesse sentido, ter uma boa educação financeira ajuda a manter o negócio aberto, mesmo em momentos de crise.

De acordo com especialistas, o setor financeiro é o coração de uma empresa. Isso porque, por meio do fluxo de caixa, que se tem o controle de tudo que entra e saí de dinheiro. Também é possível entender como está a saúde financeira do empreendimento.

Agora, mais do que cuidar se a empresa está no vermelho ou não, seus gestores precisam ter consciência do que fazem. É aí que entra o tema do nosso artigo, a educação financeira.

Ao passo que você avançar na leitura, vai entender que a educação financeira não diz respeito, somente, a poupar dinheiro. Vem com a gente que vamos te explicar tudo que você precisa fazer:

A educação financeira deve ser prioridade, tanto para o nível pessoal quanto profissional.
Empresário com problemas financeiros. Foto: Pexels / Oladimeji Ajegbile.

O que é educação financeira

Para que você não fique perdido em meio a cálculos, sem saber o que fazer enquanto administra sua empresa, estamos aqui!

Em primeiro lugar, você precisa saber que a educação financeira é a união entre informação, formação e orientação de uma pessoa em relação a maneira como ela organiza seus gastos e diminui despesas.

Em outras palavras, alguém que tem educação financeira tem condições de tomar decisões e ter controle sobre seu dinheiro.

Nesse sentido, o que mais se ouve para explicar esse conceito é o seguinte:

  • Quando você tem condições de controlar seu dinheiro, ele passa a trabalhar para você e não o contrário.

No entanto, como falta muita informação, as pessoas acabam pecando no controle de suas finanças. Com o tempo, tudo vira uma bola de neve e as dívidas ficam sem controle.

Apesar de estar muito atrelada às finanças pessoais, a ideia principal da educação financeira, de promover a independência do dinheiro, pode ser aplicada na administração de empresas. Aliás, se os gestores da empresa souberem como lidar com o dinheiro, será muito mais tranquilo para cuidar do negócio.

Educação financeira para empresas

Uma boa educação financeira passa pela construção constante do fluxo de caixa da empresa.
Gráficos de desempenho de uma empresa. Foto: Pexels / Photo Mix.

Antes de mais nada, para fazer uma boa gestão, é preciso mudar a mentalidade sobre o uso do dinheiro. Lembre-se que o dinheiro nunca deve estar na posição de inimigo, ele deve ocupar um espaço de destaque.

Afinal, é por meio dele que você paga salários, contas e, de modo geral, sobrevive!

Acontece que, em muitos casos, a má gestão dos recursos acaba fazendo com que os negócios não resistem à menor dificuldade.

Nesse sentido, quem mais sofre são as empresas de médio e pequeno porte. De acordo com o IBGE, várias empresas pequenas fecharam durante a crise de 2020 justamente por não estarem preparadas para períodos difíceis.

Mas, você não vai seguir pelo mesmo caminho, certo?!

Veja agora como fazer a gestão financeira de seu negócio.

Como fazer?

Para que a educação financeira esteja presente no dia a dia da empresa, você pode adotar algumas medidas. Assim, nada melhor do que um passo a passo, não é mesmo? Então vamos lá!

Passo 0

Antes de tudo, você precisa separar as finanças pessoais das finanças da empresa. Para isso, tenha um salário próprio e se considere uma despesa do negócio.

Chamamos de passo 0 porque nesse momento, ainda estamos falando mais de você do que do negócio em si. Agora, veja o próximo passo:

Passo 1

Com certeza, a primeira coisa que você vai fazer para garantir uma melhor gestão financeira é ter um controle do fluxo de caixa. Saber quanto entra e quanto saí de dinheiro deve ser sua prioridade.

Não há como pensar em fazer metas e investir sem saber até onde a empresa pode ir. E, quem vai dar esse número mágico é o fluxo de caixa.

Passo 2

Estipule metas de curto, médio e longo prazo. Por mais que pareça simples, você precisa criar um plano de metas para a empresa.

Ter esse plano em mãos é essencial para definir prazos a credores ou para criar um caminho para novos investimentos.

Com a saúde financeira em dia, fica mais fácil definir as metas e rumos da empresa.
Equipe definindo os próximos investimentos da empresa. Foto: Pixabay / Free Photos.

Passo 3

Com o plano de metas feito, lembre-se de incluir nele como vai pagar suas dívidas, caso a situação se aplique.

Aqui, é preciso fazer três observações:

  • Se a sua dívida for com fornecedores, escritório de contabilidade, aluguel e demais serviços básicos, aconselhamos pagar o quanto antes. Sente-se com os credores e negocie formas de acabar com a dívida logo.
  • Caso sua dívida seja com bancos ou instituições financeiras, vale a pena sentar e conversar com o gerente responsável. Muitas vezes, mesmo com a dívida alta, se você oferecer pagar o valor inicial da dívida à vista, é provável que tenha sucesso.
  • Para o caso de dívidas que sejam para o longo prazo da empresa, como um investimento em maquinário ou energia solar, por exemplo, a primeira coisa é manter o pagamento em dia. Esse tipo de dívida é necessária para garantir o crescimento do empreendimento.

Passo 4

Logo após zerar as dívidas que não são saudáveis para a empresa, você deve começar a montar uma reserva de emergência. O valor ideal para a reserva de emergência é de seis vezes a soma de todos os gastos mensais.

Entram na conta, por exemplo: salários, energia elétrica, água, internet, impostos, fornecedores. Enfim, todas as despesas.

Esse valor reservado, será a sua segurança em momentos de crise. Assim, deve ser usado quando o faturamento for menor e você não tiver entradas suficientes para pagar todas as contas de um mês ou até mais.

Temos uma dica que pode ajudar: calcule o break-even do seu empreendimento, assim você terá uma noção de quanto precisa arrecadar por mês para ter equilíbrio nas contas.

Passo 5

Por fim, depois da reserva de emergência, você pode começar a fazer investimentos em nome da empresa.

Esses investimentos serão a base para colocar suas metas em prática. Isto é, o dinheiro usado para investimentos deve ser usado para fazer a empresa crescer.

Nesse sentido, investir tem dois sentidos:

  • O primeiro é: investir em algum tipo de serviço oferecido por corretoras, como CDBs e Tesouro Selic. E, a partir dos rendimentos deste investimento, você vai para o segundo sentido:
  • O segundo sentido de investir significa usar os resultados do primeiro para dar um retorno para a empresa. Ou seja, investir em maquinário novo ou na construção de um prédio próprio. Enfim, investir naquilo que o plano de metas já definiu como prioridade.

Concluindo

Para que toda empresa trabalhe de acordo com os preceitos da educação financeira, o setor de finanças precisa atuar de modo decisivo.
Setor de finanças da empresa engajado na educação financeira. Foto: Pixabay / Mohamed Hassan.

Antes de ir, lembre-se de mais duas coisas importantes:

  1. Use a tecnologia a seu favor. Nesse sentido, invista em formação para seus colaboradores e para si mesmo. Além disso, tenha o apoio de um software de gestão financeira, eles facilitam demais a vida do empreendedor.
  2. Busque por ajuda. Lembre-se de que você não está sozinho. Caso você não possa ter alguém atuando 100% no setor financeiro, encontre outra solução. Uma boa opção é contratar um assitente virtual para organizar a parte financeira.

Agora, chegou a hora de pôr em prática tudo que aprendemos sobre educação financeira!